Sinceramente falando...

E ai você olhou para o céu e disse que o brilho da lua só não era mais bonito que o brilho dos meus olhos, eu ri baixo para que você não descobrisse que eu já conhecia essa cantada barata, e ainda achei graça quando vi suas bochechas charmosas bastante rosadas quando eu calmamente entrelacei minha mão na sua e te puxei sem rumo pela rua. Suspirei na certeza de que aquele dia ficaria marcado para sempre, eu estava certa.  Suas mãos frias por conta do nervosismo tocaram o meu rosto que se arrepiou todinho, infelizmente isso mesmo, infelizmente eu estava me apaixonando sozinha. Ah se você soubesse o quanto foi cruel aquele momento, quando a vontade de te beijar superou todos aqueles foras que eu tinha te dado hoje cedo.

Antes eu te odiava, bom, isso era antes. Droga de lua, por que ela estava lá? Você sabe o quanto eu acho romântico ver a lua com alguém e o quanto eu me derreto que nem manteiga na frigideira quando ouço essas cantadas de jornal velho. Tive vontade de dizer aquelas verdades que você tinha que ter ouvido das suas ex-namoradas, aquelas verdades que fariam você deixar de dormir e parar com essas cantadas e apelidinhos do jardim da infância. Talvez, até fariam perceber a realidade, aquele onde só um se apaixona.  Mas só te olhei, fechei os olhos e desejei que beijar você não fosse tão ruim assim.  Mas então você falou sobre o futuro e por um instante eu tive a certeza de que participaria dele, ingenuamente sorri imaginando como seria, a diferença é que no meu futuro você estava lá do meu lado e no seu, bom, no seu eu já estava ausente há muito tempo.