A sua verdade

Meu relógio do pulso apitou, avisando que já era passada a hora de dormir. Eu estava sentada no chão gelado olhando as poucas fotografias que ainda restaram de nós dois. Lágrimas escorreram pelo meu rosto quando eu comecei a ler uma carta que você me escreveu, nela você dizia que eu era diferente e especial, que nunca me deixaria sozinha e que me amaria para sempre independente do que acontecesse. Mentiras escritas em uma pequena folha branca assinada por T. - Não sei por que, mas de alguma forma nossas iniciais combinavam de um jeito tão perfeito que eu sempre as escrevia em meu caderno, dentro de um torto coração. O meu.

- De repente senti um enorme vazio dentro de mim que me fez te ligar no meio da madrugada. Ao ouvir o telefone chamando meu coração pulsava de uma forma tão rápida como no momento eu que eu te vi pela ultima vez. Com sua suave voz rouca você disse um alô seguido de um bocejo. Eu não consegui falar nada e nem podia, como eu iria te dizer que só liguei pra ouvir sua voz? qual seria a desculpa perfeita ou lógica que fizesse você acreditar? Contar a verdade não parecia algo fácil de se fazer e eu não fiz mais uma vez, mas acho que você foi capaz de entender o meu recado, pois dava leves risadas toda vez que eu gaguejava tentando dizer alguma coisa que me fizesse parecer menos idiota. 


Ficamos ali horas no telefone falando sobre como nossa vida mudou depois que nos separamos e relembrando os felizes momentos juntos. Mas seguido de um eu te amo sincero eu desliguei o telefone com o coração na mão. Voltei a olhar nossas fotografias, mas dessa vez com um sorriso estampado no rosto e então meu telefone vibrou, era uma mensagem que dizia: Apesar de tudo ainda sinto a sua falta e te desejo todos os dias perto de mim. bjs T. - suspirei de alegria e dormi acreditando em mais uma mentira, a sua melhor mentira.