Desculpe se a minha
sinceridade presente nestas palavras escritas poderá te magoar, mas preciso
dizer: antes, eu não gostava de você.
Não é que eu detestasse ou algo do tipo, -não mesmo- eu só não abrigava sentimentos, muito menos esperanças. E a tal da vida, aquela que ainda não vivi por completo, sempre andou me pregando uma peça, sabe? E foi ai que tudo aconteceu.
Um belo dia me arrisquei, sai daquela zona de
conforto que mais parecia um clube ao qual estava associada há mais de anos. Peguei um ônibus sem destino. Queria descer onde me desse vontade. Me joguei, como uma bola que cai do penhasco, fui fundo. Perdida em mim mesma e com todas aquelas certezas que carregava
dentro do peito tornando-se incertezas inquietantes. Me sentia como o
mar, às vezes calmo, às vezes turbulento, com suas ondas gigantes que quebram
na praia. E você era a minha praia.
Mesmo surgindo em diferentes lugares, eu, a onda, sempre acabava em você. Depois de muito tempo eu confesso, demorei a perceber que existia algo maior. E no acreditar que me apegando às coisas, pessoas e lugares viveria mais intensamente, fui descobrindo que eu sempre irei gostar de mim, do jeito que eu for, sempre me darei a liberdade de mudar e mesmo assim abrigar a mim mesma dentro do peito. Parei, respirei fundo e me encontrei. E agora, desculpe se irei te
assustar com a minha sinceridade novamente, mas preciso dizer: gosto de você também. E ai está o lado bom das
coisas imprevisíveis... Sentimentos podem surgir quando menos esperamos, assim como as palavras que uso para te preencher. E eu também gosto disso. Prometo que sempre voltarei aqui, querida praia.
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