Foi de tanto ir

Te vi ir várias e várias vezes. Talvez até mais do que imaginei, só vi. Você ia, ficava fora por um tempo. Um bom e longo tempo. Talvez até demais. E me deixava aqui, com minhas duvidas matinais de “como será que está?” “será que volta?” “por que mesmo se foi?” E mesmo assim você foi, sem nem dar uma espiadinha se quer, sem nem sentir um pinguinho de curiosidade possível. Tomou posse de dois corações: o meu e o seu. Talvez só o meu funcionasse direito, talvez você não devesse ter feito funcionar. Talvez.
Te vi ir sem sentir saudade, sem chorar, sem reclamar. Eu disse tchau, confesso! Só não imaginava ouvir um ‘olá’ alguns invernos depois.  É que não queria te ver sumido por muito tempo, é que você me faz uma falta, mesmo que seja pouca, mesmo que eu não goste de admitir que falta alguma coisa aqui. Alguém para abrir a porta quando eu aparecer com milhares de sacolas do mercado, alguém para reclamar dos meus filmes de mulherzinha, alguém para rir de mim quando eu chorar, alguém para acalmar meu coração quando ele se agitar, se apaixonar. Alguém, que você sabia perfeitamente ser quando estava cansado de ser o que era. Ai, mas que falta faz!

Te vi ir tantas vezes que agora depois de tantas idas e vindas quem vai agora sou eu. Vou para o meu sofá, com meus filmes de romance sem alguém pra pertubar.

Um comentário:

Luís Monteiro disse...

Lindo blog"[
Vou seguir/
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