Conto de uma meia-noite qualquer

Meia noite em ponto. As janelas do carro completamente embaçadas. Céu estrelado, rádio ligado, nada de interessante tocando.  Entre suas crises de infantilidade escreveu um “eu te amo” na janela do meu lado. Um sorriso apareceu no meu, no seu, no nosso rosto. Felicidade em plena madrugada. Liberdade. A cidade completamente nossa. Tudo calmo, tudo tranqüilo, ninguém passando, ninguém sorrindo. Só a gente.

De tão embaçadas, quase não dava pra ver o céu estrelado pela janela do carro. Um instante tão perfeito, tão único, tão nosso. Eu tinha que ver. Eu vi. Você me abraçou, e sentamos em um banco qualquer, de uma praça qualquer, com um nome qualquer, com uma cor qualquer, uma hora qualquer e eu me senti única. Éramos únicos, assim, um para o outro, sem tirar nem por, tudo do jeitinho que começou. “Eita felicidade” dizia meu coração pulsando mais rápido a cada beijinho no canto da orelha que você cismou de dar. Cócegas aqui, risadas ali, beijinhos com sabor de bala de menta mais a frente. Tudo tão perfeito.

Era maravilhoso achar que eu estava sentindo aquela sensação de que haviam borboletas no meu estomago. Eu realmente senti. Noite perfeita, com a pessoa perfeita. Não queria que nada me fizesse acordar daquele momento. Estava tudo tão bom. Confesso que me belisquei umas duas vezes, só para ver se era um sonho. Mas não era.  Graça era ver. Que graça. Sua bochecha corada depois de uns elogios. Seu sorriso estampado me fazia querer continuar ali, intacta. Eu não queria mais saber de nada que acontecia ao meu redor. Éramos somente, eu e você. Nada mais me importava. Naquele momento o local não podia ser o mais perfeito, mas você fez com que ele se se tornasse. E sem duvidas alguma, se tornou.

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