Viver...vi...vida

Acho que nunca vou entender porque ser mulher e acima de tudo, nunca vou entender o porquê de ser humano, ou melhor, o que é e como é ser essa coisa tão estranha que muitos dizem ser também. Mas desde quando é humano tacar fogo em um cachorro? Desde quando é humano mentir para os outros? Desde quando é humano desejar o mal quando se pode fazer o bem? Desde quando é humano se apaixonar? São incógnitas que cá entre nós, tenho uma preguiça imensa de tentar descobrir, talvez seja porque é muito mais fácil e confortável ficar aqui digitando no escuro ao som da TV do que sair pelo mundo, esbarrando em alguém em cada esquina e chorar por todos os NÃO’s que eu recebi na vida. Digo fácil, mas não que isso seja o certo a se fazer, até porque digitar também cansa, faz doer a vista, acaba com a minha paciência e ainda de brinde, me dá uma tendinite.

Hoje eu estou cansada das pessoas (lê-se homens com H maiúsculo), mas sinto falta de ter alguém do meu lado rindo das minhas piadas, estou cansada de mim, mas não canso de me olhar no espelho toda vez que passo pela porta do banheiro, estou cansada também do meu quarto, mas o máximo que eu faço é trocar a posição do monitor. Aliás, eu estou cansada do mundo, mas não quero sair dele. A questão é: estou cansada de tanta coisa, que por mais que eu queira não faço nada pra mudar e continuo fazendo meu travesseiro de escudo pra toda dor que eu penso sentir, que me desculpe os caras que me chamaram de fria, eu tenho sentimentos.

Olha, é difícil ser mulher viu, tenho preguiça quando acordo, fome a cada ansiedade que vem e vai, amor por cada idiota que me beija, raiva pelas noites de sábado em casa, tristeza por conta da TPM, alegria por minúsculos momentos legais, medo das agulhadas que não tomei, sentimentos que nunca senti, entre outras coisas. Tenho que parar com essa canseira que só sabe me dominar há anos, tenho que me arriscar mais do que atravessar a rua com o Pit Bull sarnento me seguindo. Tenho que viver, para procurar entender o significado da vida. Mas se não for abusar muito e aproveitando o desabafo, sem me apaixonar de novo, por favor.