Deixe a porta aberta, por favor

Aqui estou sentada na calçada que não é mais a mesma de antes pensando em como pude deixar tudo acontecer, novamente. Tentando descobrir a razão para toda essa minha confusão interna onde o maior culpado é o passado ou você. Aquele que ainda não passou, ou estamos tentando reviver transformando em um futuro que nós sabemos; nunca nos pertenceu.

Então fez exatamente como na primeira vez. Como eu não pude perceber?

Usou as mesmas palavras, aquelas que um dia haviam enchido meus olhos de esperança. Mas dessa vez tinha uma coisa diferente, eu já sabia em que terreno oculto eu estava pisando, eu sabia como escapar das armadilhas e sabia exatamente como voltar dessa confusão só pensei que não queria, não naquele momento. Revivi, mas de outra forma que por segundos me agradou o bastante para que tudo fosse perfeito, pelo menos durante a primeira troca de olhares após milhares de juramentos em vão. E assim me perguntei o porquê disso tudo, se não havia sobrevivido nenhum sentimento que permitisse que isso acontecesse, por que então eu estava ali perdida em seu abraço que de longe, parecia um lugar não tão seguro assim?

Me levanto desta calçada que a chuva acabara de limpar, me sinto afogada nessa lembrança que me fez ter mais certeza do quanto uma pessoa não muda do dia pra noite. O quanto você não mudou e eu também não.

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