Escolhemos sem querer escolher

Conhecemos um cara em uma noite qualquer, ele se mostra interessado, paga uma bebida e já ganhou o nosso sorriso. Ele pede o numero de telefone, mesmo com uma pulga atrás da orelha ele consegue. Achamos que o cara nunca irá ligar e então o telefone toca: ele quer marcar um encontro, diz que gostou do papo da noite anterior e consegue tirar um sim. O lugar não é nada romântico, mas ele pelo contrário começa a falar coisas bonitas, diz que nos entende, oferece um ombro mais do que de amigo e delicadamente se aproxima para o beijo: pronto esse ai já ganhou o nosso coração. Nos dias seguintes, nossa cabeça e o nosso membro involuntário ficam a mil. Nos perguntamos de qual nuvém aquele suposto anjo caiu, nos apaixonamos pela voz, pelo cheiro e principalmente pelas palavras que ali foram ditas. Aos poucos ele transforma aquele buraco que carregávamos no coração em uma pequena brechinha que está pronta para ser fechada. A gente começa a sorrir que nem bobas, toda música com a palavra amor, carinho e homem nos faz lembrar dele, o celular está sempre carregado, o perfume está borrifado e o coração acelerado. É o amor. 


Cada dia com ele é a própria perfeição e os dias sem ele, são uma só a berração.  Os meses passam, o maldito amor aumenta e consigo trás as dúvidas, será que ele sente o mesmo? será que ele também me ama? Será? Como uma forma de calar nossas perguntas silenciosas ele nos dá apenas uma rosa, uma simples rosa, porém muito significativa e balbucia palavras que todas nós gostamos de ouvir: eu te amo. O namoro começa. Ele se mostra um verdadeiro cavaleiro, nos escuta sem reclamar, gosta de assistir filme abraçadinho, apresenta os familiares e te liga toda noite pra desejar bons sonhos. Ele faz o tipo namorado-perfeito-até-demais. E então, um babaca qualquer, com cabelo bagunçado, calça caindo e um perfume marcante, resolve passar pela mesma calçada que a gente, sem querer - ou quem sabe por querer- esbarra em nosso braço e bagunça a nossa vida. Ele se desculpa e olha bem no fundo dos nossos olhos, lá na alma. Desperta o ar do mistério, do perigo, do proibido. Ele é totalmente o oposto da perfeição e sabe-se lá por que, no final sempre acabamos com o vilão.

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