Um amigo a parte.

Eu já o conhecia. Ele era quase igual a todos os outros, quase. Acho que pelo fato de ao olhar nos seus olhos -pois apesar dos palavrões soltos e da ignorância absurda ao responder minhas perguntas - eu podia ver em seus lindos olhos, que ele era sim, muito diferente daqueles seus amigos galinhas e estupidos que o cercavam. Eu podia sentir toda sua sensibilidade quando ele vinha me abraçar em sinal de desculpa por suas respostas rebeldes e curtas, ou quando se referia a mim de um jeito desajeitado. Eu gostava de admira-lo, eu gostava de ser sua fã mesmo que em silencio, no escuro, onde ninguém entenderia ou me encontraria. Só ele. Sempre achei que a garota por quem ele um dia irá se apaixonar verdadeiramente irá ter muita sorte por ter alguém como ele por perto. Afinal, não querendo negar ele também faz parte do que eu chamo de Namorado-Quase perfeito. Só que no meu caso eu não conseguia ve-lo como o meu namorado. Apesar de um dia querer.

Ele era meu amigo nas horas vagas, quando ninguém me entendia ou quando eu me encontrava sozinha observando as pessoas por não ter nada para fazer. Sempre gostei dele por isso, pelo seu jeito carinhoso, afetivo e acolhedor, super sincero. Ele sim era diferente. E não se importava quando de repente eu vinha por trás e o abraçava, mesmo tendo ficado dias sem mencionar uma palavra se quer.  Eu sempre o defendi quando diziam que ele era igual aos outros, eu sempre acreditei que o fato dele sempre estar com um livro dentro da mochila, ter os conselhos certos e ouvir aquelas músicas que poucos ainda gostam, por dentro, era um amor de pessoa, um homem de verdade talvez. Eu gostava de te-lo por perto, gostava da forma como ele -ás vezes- me considerava como uma amiga. Pena que não era sempre assim. Pena que só me via como uma simples menininha frágil. E o que fazer quando o que eu quero é ser algo além disso?

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